VOZES DO ALÉM Não vou dizer muito sobre esse blog, se quiser saber sobre ele leia o corpo do texto, mas não esqueça que tudo isso é mera ficção. Meu nome é Magamanã, preciso que saibam que sou. Nasci no norte da África em 1786, era um príncipe em minha tribo Porok e estava noivo de Ayana princesa da tribo de Novykyo-porok. Estava a uma lua da nossa união quando a tribo dela foi atacada por homens negros de tribos Teckxukan armados acompanhados por alguns homens brancos. Eles como de costume em todos os ataques mataram o chefe Novykyo-porok e capturaram as mulheres novas e os guerreiros da tribo. Quando soube, pedi autorização para o grande chefe Poro e saí em busca de minha prometida junto com alguns guerreiros, seguimos por dias os rastros dos guerreiros inimigos, mas eles conheciam os costumes e estratégias de nossa tribo, tinha estudado por anos e por meses conseguiram se esconder. Quando finalmente encontramos o inimigo lutamos bravamente, mas fomos capturados por eles. Malditos usavam minha prometida com crueldade na minha frente e eu não podia fazer nada. Aqueles mancebos miseráveis traidores das próprias tribos não respeitavam nem seu próprio povo que não eram inimigos dos Novikios-poro. Por muitas luas o povo Porok esteve em guerra com as tribos Teckxukan por disputas por locais com alimentos e água, mas ambos encontraram bom espaço e boas pastagens. Vi muitos homens bravos morrerem de tristeza e de sangramento intenso sem explicação. Corriam-me sangue nas narinas também, durante a viagem, mas resisti, pois precisava viver para rever minha princesa manchada pelo sangue inimigo. Dentro de muita jornada em muitas luas chegamos a um território estranho onde os homens eram mais estranhos ainda, mas diferente de nossa terra lá tinha muita água, arbustos gigantes e bichos de todas as ordens dos animais. Bichos que não sabia que existiam, por um momento pensei que tivesse morrido e que nosso criador supremo Poroketuã estava oferecendo a nós tudo aquilo que sonhávamos em vida, mas de repente ao contemplar aquela realidade estranha recebi uma bordoada na costa, tentei reagir e levei mais duas. Assim percebi que estava num paraíso, mas sem poder contemplá-lo. Quando avistei tudo aquilo lembrei da promessa que o curador de nossa tribo contava. Era a promessa de Poroketuã que dizia que todo o nosso sofrimento iria ser compensado por toda espécie de abundancias das quais jamais teríamos ouvido falar, coisas mágicas e fora da nossa compreensão, mas que antes de tudo isso uma desgraça trazida de fora assolaria nosso povo e nos faria seus prisioneiros, mas que após todo esse sofrimento viria em compensação o lugar mais belo e perfeito de todas as luas. Por isso agüentamos anos sofrendo e tentando entender aquela língua estranha com a qual aqueles homens nos falavam. Quando eles percebiam que estávamos conversando gritavam naquela língua açoitava um de nós e depois mudava todo mundo de lugar. Minha amada ficava num outro lugar, eu quase não a via, só quando ela levava comida para nós e quando eu tinha a sorte de ela ir até onde eu estava. Um dia quando um dos senhores castigadores percebeu que ela estava demorando comigo, acertou seu rosto com violência. Depois desse dia só me contentava em olhar para ela. Preciso, agora me retirar para o meu espaço, mas logo continuarei a contar sobre minha jornada.